O Gato de Schrödinger é um experimento desenvolvido pelo físico austríaco Ewin Schrödinger, em 1935. Basicamente, a ideia consiste em um gato preso dentro de uma caixa sem transparências, junto a um frasco de veneno e um contador Geiger ligados por relés, e um martelo. O contador Geiger será acionado ou não. Se for, transmitirá movimento através dos relés; o martelo baterá no frasco de veneno, quebrando-o, e o gato morrerá. Por outro lado, se o contador não acionar, o martelo não quebrará o frasco e o gato permanecerá vivo. A questão é: Para o observador, enquanto este não abrir a caixa para constatar o resultado, o gato estará vivo e morto ao mesmo tempo.

O paradoxo do gato foi criado para explicar a simultaneidade de estados de partículas subatômicas, mas serve para muito mais do que isso, pois ajuda a entender toda a complexidade da condição humana. Estamos falando do campo das possibilidades, do “e se”. Muitas pessoas, insatisfeitas com seu dia a dia, com seus empregos, com seus relacionamentos, sua saúde ou condição física, enfim, suas vidas em geral, passam boa parte do seu tempo pensando, reclamando, planejando, decidindo que irão mudar. Segunda eu começo uma dieta. Se ele/ela aprontar de novo, eu vou embora. No próximo semestre vou começar um curso. Quando conseguir juntar um pouco de dinheiro vou viajar. Se não tivesse tantas responsabilidades, pediria demissão. Em todos esses casos, as soluções estão no mundo das ideias. No entanto, enrolamos e procrastinamos por medo: medo do fracasso, da rejeição e, principalmente, da mudança. Veja, enquanto a pessoa não partir para a ação, de forma concreta, o gato estará vivo e morto ao mesmo tempo, e para a grande maioria, isso é bem melhor do que abrir a caixa e acabar descobrindo que o gato está morto.

Mas por que agimos dessa forma? Vou utilizar outra analogia com a física para explicar: o princípio da inércia. Segundo esse princípio, “Todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele”. Isso quer dizer que a nossa tendência é a de manter as coisas como estão, sejam elas boas ou ruins, pois mudar requer força, vontade e determinação, ou seja, devemos sair da zona de conforto e partir para o ataque.

O medo paralisa, impede de agir. Mas é aí que está: Aquele clichê dos filmes, que achamos que se aplica apenas a histórias fantásticas e feitos inimagináveis, não podia ser mais verdadeiro: A coragem não é ausência de medo. É ter medo e agir apesar dele. E isso vale para qualquer mudança que se deseja realizar. Sim, pode ser que dê errado inicialmente, mas aí você faz os ajustes necessários e continua, e muda de novo, e tenta novamente, e insiste até dar certo. A única maneira de saber o que realmente aconteceu com o gato é abrindo a caixa, pois existe algo muito pior do que correr o risco de fazer algo e talvez fracassar: viver com a frustração de não ter tentado

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