Nem preciso dizer do que se trata, certo? Aquela sensação de tristeza que começa a te abater já na manhã de domingo e só vai piorando ao longo do dia… porque amanhã é segunda feira. O dia passa rápido, mil vezes mais rápido que as horas arrastadas do expediente que está por vir, e você sabe disso. Bate aquela ansiedade, um pouco de raiva, muita vontade de “pegar uma gripe”, e por que? Sinto muito informar, mas isso tudo acontece porque você está no lugar errado.

Pouquíssimas são as sensações piores que a de desencaixe, de não pertencer a algum lugar. Chegar a uma festa mal vestido, ser vegetariano num churrasco, falar inglês na França, ser dermatologista com pele ruim, etc. Qualquer situação dessas causa um desconforto imediato e uma sensação de impotência, de solidão. Sim, porque você está sozinho nessa, e ninguém vai te tirar desse barco, a não ser que você faça algo a respeito. O mesmo acontece quando você não pertence ao lugar onde trabalha. Você olha ao seu redor e a cada dia se sente mais sozinho, mais entediado e angustiado. Tudo se torna desinteressante e sem cor, porque não há mais nada naquele lugar que te dê aquele brilho nos olhos. Chega o natal, mas não acaba o expediente.

E o que fazer quando você percebe que essa é, exatamente, a sua situação? Largar tudo e ir para o Tibet? Ler Comer, Rezar e Amar e sonhar em passar um ano se descobrindo, para no final encontrar um grande amor? Fugir para as montanhas? Fazer triathlon? A resposta é simples: Não sei! Não existe uma fórmula mágica, que funcione para todo mundo. Cada pessoa deve procurar a sua felicidade e traçar seu próprio caminho – e também assumir a responsabilidade, caso escolha não fazer nada e permanecer onde está. O importante é que você tenha aquele espelhinho interno, olhe para si e pergunte: “Eu consigo viver, feliz e plenamente, fazendo o que eu faço hoje?”. Se a resposta for sim, você provavelmente nem chegou a essa parte do texto. Porém, amigo, se for um grande e sonoro “não”, como eu já imagino que seja, está na hora de começar a fazer alguma coisa diferente.

Mas fazer o que diferente? Não importa o que seja, desde que seja um passo em direção à mudança. Mesmo que seja difícil, mesmo que você ainda não saiba o que quer, não importa. Saber o que NÃO quer já é um avanço no caminho do autoconhecimento. Afinal, se você passou uma vida inteira deslocado, nos lugares errados e com as pessoas erradas, dificilmente vai acordar, um belo dia, simplesmente sabendo qual é o seu lugar. Aquele tão esperado “click” até pode acontecer, mas apenas se você estiver aberto para que ele ocorra. Procure novos conhecimentos, novas experiências. Frequente lugares diferentes e faça mais coisas de que gosta, sem pensar em dinheiro, em trabalho, mas sim pela recompensa da felicidade simples e pura. Aprofunde-se naquilo que te interessa, estude e pratique mais. Seja mais confiante e muito obstinado. E o principal: persista. Encontre em si a força necessária para escolher o seu rumo e trilhá-lo, e não deixe nada nem ninguém te tirar de lá. É como dizem por aí: Só não consegue quem desiste.

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